O Oposto do Amor - Julie Buxbaum

Título Original: The Opposite of Love
Data de publicação: 2008
Número de páginas: 278
Editora: Rocco
Classificação:


Aos 29 anos, Emily Haxby mora sozinha em Manhattan, trabalha em um grande escritório de advocacia, tem bons amigos e um namorado apaixonado. Mas, ainda assim, ela se sente vazia por dentro. O que poderia faltar em uma vida aparentemente tão boa? Em O oposto do amor, Julie Buxbaum estréia na literatura mostrando uma personagem que luta para aprender a lidar com as próprias emoções e precisa desvendar a si mesma antes de encarar o mundo.
Ao desconfiar que Andrew, um médico com quem namora há dois anos, vai pedi-la em casamento, Emily toma uma decisão surpreendente: termina o relacionamento, sem conseguir encontrar uma justificativa plausível para tal atitude. Mergulhada no trabalho, a advogada não tem tempo para refletir sobre o assunto ? passa 20 horas por dia no escritório, envolvida em uma causa que vai contra seus princípios e a faz lidar com um chefe que insiste em assediá-la.
Quando descobre que seu avô ? uma das pessoas que mais ama e sempre esteve presente para apoiá-la ? sofre de Alzheimer, a protagonista é forçada a encarar seus fantasmas. A ausência da mãe, que morreu de câncer quando Emily tinha 14 anos, e a distância existente entre a jovem e seu pai, um político bastante ocupado, incomodam como nunca. No meio desse turbilhão emocional, ela se dá conta de que realmente ama Andrew.
Com o passar do tempo, Emily reflete sobre as escolhas feitas até então e resolve dar um novo rumo à sua vida. Para começar, a personagem procura reatar seu namoro. Diante da resistência de Andrew, ela conclui que o oposto do amor não é o ódio, e sim a indiferença. Seria tarde demais para eles?
Ao longo das páginas, Julie Buxbaum brinda os leitores com uma narrativa sobre amor, perda e a capacidade de se reerguer diante das adversidades, enfrentando os próprios medos. Apesar de ser uma obra de ficção, O oposto do amor mostra como as verdadeiras mudanças na vida de alguém se realizam de dentro para fora. Nesse processo, saber lidar com os sentimentos é fundamental.


As pessoas gostam de dizer que o oposto ao amor não é o ódio, mas indiferença. Tende a haver uma reverência sussurrada ao redor da expressão, como se tivesse poderes curativos mágicos. Melhor ser odiada do que ignorada por aquele seu ex; melhor ser odiada do que ignorada, de maneira geral.
Do contrário, você pode passar a vida olhando para o oposto do amor.
P.119
O Oposto do Amor, romance de estréia da autora Julie Buxbaum, é um livro pequeno mas que reserva fortes emoções e guarda sentimentos intensos, confusos e mal resolvidos em suas páginas.

Dúvidas, medo, amor, sofrimento, perda, solidão, são emoções que fazem parte da vida de Emily, mas que são muito bem guardadas sob uma fachada incrível de auto-controle que não permite a ela viver e demonstrar o que realmente sente.
Mas tudo desmorona depois do seu namorado Andrew quase a pedir em casamento. Emily sente que não está pronta para se entregar completamente e em um momento de medo resolve jogar tudo para o alto e terminar o namoro.
Mas casar? Com Andrew? Até que a morte nos separe? Não posso fazer isso. Eu não seria nada além de uma fraude, fingindo ser adulta, uma farsante interpretando o papel de noiva. Nem eu mesma quero passar o resto de minha vida comigo. Como é que Andrew pode querer? E como você explica a alguém que ama que não pode se dar a ele, porque, se o fizesse, não teria certeza de quem estaria dando? Que você não tem certeza nem do quanto valem as suas palavras? Você não pode dizer isso a alguém, principalmente alguém que você ama. Portanto, eu não digo.
P.16
Depois disso as coisas só parecem piorar em sua vida, ela tem que enfrentar a grave doença que está levando seu querido avô embora lentamente, e o seu trabalho que antes parecia perfeito parece o pior lugar do mundo com as piores pessoas completando o quadro.
A partir daí vemos uma nova Emily surgir, tentando lutar para sobreviver em meio a tanta coisa ruim acontecendo, aprendendo a conviver com sentimentos que pareciam bem guardados e medos e sofrimentos que pareciam bem resolvidos.

O Oposto do Amor é doce, charmoso, engraçado, delicado e profundo de forma tão simples e inteligente que no início acreditei ser mais um chick-lit que depois de lido ficaria esquecido na estante e na minha mente. Mas as palavras da Julie e a forma graciosa, comovente e real com que ela contou a vida e retratou os sentimentos e dúvidas da Emily, mexeram comigo porque em muitos aspectos eu sou como ela, aliás fui, acho que mudei e muito.
Já fui insegura, já tive medo de amar e depois perder, já preferi guardar meus sentimentos para evitar que alguém pudesse usar isso contra mim algum dia, já guardei rancores de sofrimentos do passado.., mas assim como ela eu consegui encontrar o meu caminho em meio a alguns erros, afinal não dá para amar pela metade, não dá para viver em um relacionamento onde o amor é uma via de mão única, nenhum sentimento por mais profundo que seja sobrevive a isso por muito tempo e pricipalmente aprendi a deixar as decepções, raivas e dores do passado para trás, simplesmente superei.

O livro é muito bem escrito e te leva para viver junto com a Emily todos os conflitos pelos quais ela está passando. Enquanto eu estava lendo as suas emoções eram minhas também. Eu ri quando ela riu, senti raiva quando ela sentiu, fiquei triste quando ela chorou. É incrível a forma como nós somos arrastados para dentro do livro e para a vida dela.

Para mim O Oposto do Amor não é um chick-lit típico porque fala sobre amor, mas não somente aquele que existe entre homens e mulheres. Em vez disso encontramos o amor de pai, amor de avô, amor de mãe, amor de amigo e de namorado. Alguns dele incondicionais, outros voláteis, mas todos com uma importância única e especial em nossas vidas.
Você jamais conhecerá a pessoa que um dia eu fui, aquela que existiu antes de você, de algumas formas, antes mesmo que eu fosse eu. Mas esta história de quem eu me tornei, esta história sobre nós, é seu legado, tanto quanto meu.

E agora que seu retrato está na geladeira, agora que eu posso interpretar meu papel de boneca russa, agora que não haverá mais vida para mim num mundo sem você, eu lhe passo tudo que posso preservar: esta história de como nos tornamos uma família — seu pai e eu, Ruth e vovô Jack, meu próprio pai, que também está acordado agora, ocupado na montagem do berço com babados cor-de-rosa. Esta história é a linha divisória onde vivo e a qual adoro, e deixo de herança, aquela que está entre a lembrança e o esquecimento, o compromisso e a libertação, ser deixada e deixar para trás.

A linha, sempre a linha, a mesma linha que me separa de minha mãe. A mesma linha que me separa de você.
Trecho da carta de Emily para sua filha Charlotte

1 comentários:

  1. Esse livro está na minha lista faz um tempão, mas ainda não me animei a ler... pelo visto, estou perdendo, né? ;)

    Ótima resenha, deu vontade de ler logo!

    Bjos!

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