Primeiro e Único - Emily Giffin

Título Original: The One and Only
Data de Publicação: 2015 
Número de Páginas: 448 
Editora: Novo Conceito 
Classificação:  
Livro cedido em parceria com a Novo Conceito

Shea tem 33 anos e passou toda a sua vida em uma cidadezinha universitária que vive em função do futebol americano. Criada junto com sua melhor amigas, Lucy, filha do lendário treinador Clive Carr, Shea nunca teve coragem de deixar sua terra natal. Acabou cursando a universidade, onde conseguiu um emprego no departamento atlético e passa todos os dias junto do treinador e já está no mesmo cargo há mais de dez anos.
Quando finalmente abre mão da segurança e decide trilhar um caminho desconhecido, Shea descobre novas verdades sobre pessoas e fatos e essa situação a obriga a confrontar seus desejos mais profundos, seus medos e segredos.

Existem autores que são tão bons no que fazem que mesmo quando não concordamos com as atitudes de alguns personagens ou com os rumos que a história toma, somos envolvidos e conquistados. As palavras entram nas nossas mentes, tocam nossos corações e sem perceber somos parte do que está acontecendo. Odiamos, amamos, choramos e ficamos indignados, não conseguimos largar a leitura, mesmo quando tudo o que queremos é jogar o livro pela janela. São sentimentos contraditórios, eu sei, mas bons autores são aqueles que conseguem despertar algo em nós e para mim Emily Giffin se encontra nessa categoria.

Sou fã da autora desde O Noivo da Minha Melhor Amiga. Amei e odiei o livro na mesma intensidade. Amei a autora por criar um romance tão lindo e a odiei por ter estragado uma amizade com uma traição e por me fazer torcer, mesmo sem querer, pelo casal traidor. Emily é fantástica com as palavras e sabe conquistar o leitor.

Laços Inseparáveis havia sido minha última leitura da autora e apesar de ter gostado bastante não conseguiu despertar em mim as mesmas emoções que O Noivo da Minha Melhor Amiga e Presentes da Vida. Estava sentindo falta do frio na barriga que seus romances provocavam em mim, do sorriso bobo no rosto e da expectativa. Primeiro e Único, lançado recentemente pela Novo Conceito, não conseguiu alcançar o patamar dos meus favoritos da autora, mas conseguiu resgatar um pouco de tudo isso e me deixou bastante empolgada e envolvida.

Confesso ter sentido uma certa dificuldade com a ambientação da história e esse é um dos pontos negativos que encontrei e que me impediu de favoritar o livro. O futebol americano é o plano de fundo da trama e por não ter conhecimento nenhum sobre o assunto fiquei meio perdida em meio a algumas expressões e denominações. As cenas que tinham como foco o esporte passavam como um borrão diante dos meus olhos. Não cheguei a pular parágrafos, mas passava apenas os olhos nas linhas até chegar em algo que realmente me interessasse.

Entretanto, não se assustem ou pensem em colocar esse livro no último lugar da sua lista caso você entenda de futebol americano tanto quanto eu, por que esse não é um livro sobre futebol, não é uma história sobre esportes, é sobre amor, amizade, recomeços, perda, família e relacionamentos. É uma história cheia de lições e com personagens humanos e reais.

O romance, que geralmente é o ponto controverso das histórias de Emily, mais uma vez mexeu com a noção de certo e errado que eu trago comigo. A relação entre a personagem principal - Shea -  e o pai de sua melhor amiga - Treinador Carr -  me deixou dividida, não só pela diferença de idade (que pode ser relevada), mas pelo fato dele ter sido quase um pai para ela durante toda a sua vida e de repente os dois estarem envolvidos amorosamente. Ao mesmo tempo em que eu queria que ela seguisse com a vida dela e deixasse esse amor para trás, eu também torcia para que eles conseguissem ficar juntos (meu lado romântico falando mais alto).

Nas cenas em que os dois estavam juntos eu esquecia completamente quem eles eram e só conseguia enxergar como eles estavam envolvidos e apaixonados e como o que eles sentiam um pelo outro era verdadeiro. Foi um romance bonito de se ver, construído aos poucos, pacientemente, uma conquista por vez. Mas logo eu lembrava quem eles eram e me sentia estranha e confusa novamente.

O final foi mais um ponto que me deixou na dúvida entre gostar ou não. Não dá para ignorar todos os problemas que o romance entre Shea e o treinador causaram, é assunto que deveria ter sido melhor trabalhado e concluído, principalmente com relação à Lucy, filha do treinador e melhor amiga de Shea, que era totalmente contrária à relação. Além disso, algumas questões ficaram sem resposta como a investigação pela qual o time da Walker estava passando. Ficamos sem saber o que realmente aconteceu e se eles eram realmente culpados das acusações ou não.

Primeiro e Único conseguiu me conquistar apesar dos pontos controversos. Entretanto, é fato que a história poderia ter sido muito melhor do que foi. Ele não conseguiu entrar para minha lista de favoritos da autora, mas foi uma leitura prazerosa e como é típico da autora, despertou em mim os mais variados sentimentos e me fez questionar a noção de certo e errado que é tão concreto na minha cabeça.

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