Estilhaça-me - Tahereh Mafi (Trilogia Estilhaça-me #1)

Título Original: Shatter Me
Data de Publicação: 2012  

Número de Páginas: 304

Série: Estilhaça-me #1
Editora: Novo Conceito
Classificação: 

Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é fatal. Enquanto ela não fere ninguém, ninguém realmente se importa. O mundo está ocupado demais se desmoronando para se importar com uma menina de 17 anos de idade. Doenças estão acabando com a população, a comida é difícil de encontrar, os pássaros não voam mais, e as nuvens são da cor errada. O Restabelecimento disse que seu caminho era a única maneira de consertar as coisas, então eles jogaram Juliette em uma célula. Agora muitas pessoas estão mortas, os sobreviventes estão sussurrando guerra – e o Restabelecimento mudou sua mente. Talvez Juliette é mais do que uma alma torturada de pelúcia em um corpo venenoso. Talvez ela seja exatamente o que precisamos agora. Juliette tem que fazer uma escolha: ser uma arma. Ou ser um guerreiro.

Estilhaça-me está há muito tempo na minha estante e mesmo com todas as resenhas positivas sobre ele, não consegui sentir interesse nenhum. Primeiro por se tratar de uma trilogia, estou cansada de esperar pelas continuações. Segundo por ser uma distopia com elementos sobrenaturais. E terceiro, por ter um triângulo amoroso, o que me faz correr de qualquer história.

Entretanto, as coisas mudaram e agora que terminei Estilhaça-me estou ansiosa para começar Liberta-me. O livro está emprestado, mas já requisitei ele de volta. Esperar não é uma opção, principalmente agora que Incedeia-me foi lançado. 

A grande verdade é que o último livro da trilogia foi o grande responsável para que eu enfim tivesse interesse pela história. Ultimamente estou com uma péssima mania de procurar por spoilers, e apesar de não ter visto nada muito revelador como aconteceu com VA, eu li que a autora conseguiu dar a história um desfecho incrível, o que é algo muito raro ultimamente.

Estilhaça-me é uma distopia sem nenhum elemento inovador, inclusive Juliette, a protagonista, foi inspirada na Vampira de X-Men. Entretanto, a magia da história está na forma como ela é narrada. A autora não permite que a trama se torne monótona ou cansativa. Os personagens estão sempre fugindo de algo ou descobrindo coisas incríveis, permitindo que nós leitores estejamos sempre com os olhos grudados nas páginas, ávidos por cada momento.

Tahereh Mafi é poética em suas palavras. A narrativa é cheia de metáforas, tachado, repetição de palavras e falta de pontuação, mas esse é um artifício utilizado pela autora para nos mostrar como funcionam os pensamentos de Juliette, seu espírito instável. Coisas que ela sente, mas prefere esconder; palavras que ela gostaria de falar, mas que não parecem ser certas. Quando li algumas resenhas falando da forma como o livro é narrado, imaginei que não conseguiria gostar e me envolver, entretanto existe uma beleza tão profunda em cada palavra, uma ingenuidade e força tão admiráveis em Juliette, que o envolvimento foi se tornando maior a cada página lida.

Juliette é a admiravelmente corajosa. Demora um tempo até que ela saia do casulo, mas quando as coisas começam a ficar realmente sérias, ela se mostra uma garota pronta para lutar e fazer tudo que for necessário por aqueles a quem ama. Acredito que nos livros que virão ela amadurecerá ainda mais. Seus poderes, que um dia já foram vistos como uma maldição, serão lapidados e usados para um bem maior, como um dom.

O triângulo amoroso está apenas no início, por isso ainda não é algo que me incomode. Adam é o garoto forte, apaixonado, que faz de tudo para salvar Juliette das mãos de Warner. Mas será que o líder do Setor 45 é uma ameaça para ela? Ele é impiedoso, ganancioso, mas dá para sentir que existe algo traumático por trás de suas atitudes. Seus olhos sempre se suavizam quando olham para Juliette e sinto que o amor dela poderia torná-lo alguém melhor. Acho que já deu para perceber que o vilão ganhou mais pontos comigo do que o mocinho.

Estilhaça-me não é perfeito e apesar de ter amado a forma poética e cheia de metáforas como a história é narrada, em alguns momentos esse artifício se torna exagerado e sem sentido. Entretanto, não dá para negar o quanto essa história me conquistou e como estou ansiosa e cheia de expectativas pelos próximos livros.